Belo Horizonte, .
 
 
 

 


Dia Mundial da Poupança

.: Espaço para crescer precisa de
maior estímulo aos poupadores

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Os brasileiros que não lutam contra o desemprego e ainda estão no mercado de trabalho sofrem dupla ameaça. De um lado vêem projetos para tornar mais difícil o caminho até a aposentadoria, com regulamentação mais dura para a Previdência Social e, por outro, ficam cada dia mais prejudicadas as remunerações para gerar uma reserva através das cadernetas de poupança.
Se antes a poupança garantia um rendimento mínimo de 0,5% ao mês mais a variação de TR, as novas regras da caderneta passaram a impor uma grave prejuízo, quando o rendimento ficou atrelado à variação da taxa Selic, fazendo, com sua baixa, despencar o valor das aplicações. As cadernetas de poupança vêm invariavelmente rendendo 0,37% ao mês, bem longe do que habitualmente rendiam, entre 0,5% a 0,6% ao mês. Um valor na poupança de R$ 10 mil teria, pela regra anterior, entre R$ 50 e R$ 60. Pela regra em vigor, o rendimento fica achatado em R$ 37.
A Caixa Econômica Federal divulgou números que mostram como os pequenos poupadores ainda investem pouco nas cadernetas de poupança. O ano passado fechou com um captação de R$ 8 bilhões entre um total de 74 milhões de poupadores, lembrando que temos uma população de 207 milhões de pessoas. De janeiro a setembro, a caderneta teve captação líquida de R$ 25,5 bilhões. Esse foi o melhor resultado para o período desde 2013, quando a aplicação tinha registrado captações líquidas de R$ 48,95 bilhões nos nove primeiros meses do ano.
Até 2014, os brasileiros depositavam mais do que retiravam da poupança. Naquele ano, as captações líquidas chegaram a R$ 24 bilhões. Em 2015, com o início da recessão econômica, os investidores passaram a retirar dinheiro da caderneta para cobrirem dívidas, num cenário de queda da renda e de aumento de desemprego.
Em 2015, R$ 53,57 bilhões foram sacados da poupança, a maior retirada líquida da história. Em 2016, os saques superaram os depósitos em R$ 40,7 bilhões. A tendência inverteu-se em 2017, quando as captações excederam as retiradas em R$ 17,12 bilhões.
A caderneta de poupança é o único caminho para um massivo contingente de brasileiros, grande parcela vítimas de um descontrole financeiro agravado pela armadilha de estimulo ao de crédito.
No último dia 31, marcado como o Dia Mundial da Poupança, deveria ser marcado por iniciativas que estimulassem a população sobre a importância de preservar recursos financeiros para o futuro. Uma das medidas poderia ser resgatar o valor de rendimento histórico das cadernetas de poupança, revertendo a sensação de todos hoje que entendem que os recursos perdem valor com as baixas taxas de rendimento, que levam muito até migrarem para papéis do governo, como Tesouro Direto. Apenas para citar um exemplo escandaloso, os juros rotativos de um cartão de crédito bancário chegam a criminosos 18,9% ao mês, garantindo a bancos e financeiras um verdadeiro eldorado permitido pelo Banco Central.

 

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