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.: IBGE aponta desemprego de 6,8% em janeiro

sem imagem O mercado de trabalho brasileiro registrou um aumento no total de vagas em janeiro, mas não em número suficiente para absorver o crescimento na fila de pessoas que buscam um emprego. A taxa de desemprego no país cresceu para 6,8% no primeiro mês de 2015, ante 6,4% no mesmo período de 2014, segundo os dados da Pesquisa Nacional por Amostras de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Economistas ainda veem alguns sinais positivos no mercado de trabalho, mas com tendência à deterioração nos próximos meses. "Tem um aumento significativo de pessoas procurando por trabalho Foi uma das causas desse aumento na taxa de desocupação", apontou Cimar Azeredo, coordenador de Trabalho e Rendimento do IBGE. "De 2013 para 2014, tinha caído substancialmente (o total de desocupados). Agora, em 2015, ainda está bem longe do patamar de 2013 e 2012, mas está subindo", acrescentou. O resultado da pesquisa refere-se a trimestres móveis encerrados a cada mês, que indicam a tendência para o mercado de trabalho, explicou o IBGE. "A tendência é que os próximos dados comecem a refletir o aumento no desemprego. A expectativa é que a taxa de desocupação deixe de oscilar a 6% e passe a ficar entre 7% e 8%. O cenário econômico se deteriorou ainda mais", justificou o economista Marcel Caparoz, da RC Consultores. A consultoria Rosenberg Associados espera que a taxa de desocupação média aumente de 6,8% em 2014 para mais de 7,5% em 2015. Entre os entraves à criação de vagas estão o desaquecimento da produção, a provável redução da desoneração da folha de pagamentos, além da estagnação de setores como óleo e gás e construção em virtude da Operação Lava Jato (que investiga denúncias de corrupção na Petrobras). "As perspectivas para o mercado de trabalho em 2015 não são animadoras", avaliou a economista-chefe da Rosenberg, Thaís Zara. O país contabilizou 6,763 milhões de desempregados em janeiro de 2015, o que significou 505 mil pessoas a mais na fila do desemprego no período de um ano. Por outro lado, o total de ocupados aumentou para 92,690 milhões em janeiro de 2015, o equivalente à criação de 1,102 milhão de novos postos de trabalho. "Teve um aumento de ocupados, mas não temos informações ainda para entender que tipo de emprego foi gerado. A gente não tem como identificar se essa ocupação é de qualidade ou não, se é trabalho registrado para compor renda familiar", ponderou Azeredo. Idade ativa - O número de vagas não absorveu o total de pessoas à procura de emprego porque houve um aumento considerável na população em idade de trabalhar. A população em idade ativa - com 14 anos ou mais de idade - cresceu em 2,908 milhão de pessoas. Cerca de 1,607 milhão desse contingente foi para a força de trabalho: parte foi incorporada pelas vagas criadas, parte foi para a fila do desemprego. O restante do crescimento populacional foi absorvido pela inatividade. O país ganhou mais 1,301 milhão de inativos ante janeiro de 2014. O dado mais positivo da pesquisa foi o novo aumento na renda média paga aos trabalhadores. O crescimento de 2,1% em relação a janeiro de 2014 foi causado por um avanço de fato no poder de compra da população, disse Azeredo. O rendimento médio dos ocupados subiu de R$ 1.758,07 no trimestre encerrado em janeiro de 2014 para R$ 1.795,53 no trimestre encerrado em janeiro de 2015. Também houve melhora na renda em relação ao trimestre terminado em dezembro, mas impulsionada pela dispensa dos trabalhadores temporários, que puxam a média para baixo por receberem salários menores. A dispensa de temporários contribuiu ainda para o aumento de 0,3 ponto porcentual na taxa de desemprego de janeiro em relação à de dezembro (de 6,5%). Com a divulgação ontem, o IBGE passa a publicar mensalmente a taxa de desemprego nacional referente aos trimestres móveis encerrados a cada mês. Segundo o órgão, a metodologia de coleta e cálculo da Pnad Contínua impede isolar os dados apenas de um mês. A série histórica da pesquisa teve início em janeiro de 2012. (Diário do Comércio)

 

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