Belo Horizonte, .
 
 
 

 


INTELIGÊNCIA

.: GOVERNO INVESTIGA E
MONITORA OS OPOSITORES

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Idi Amin Dada, ex-ditador de Uganda chegou a dizer certa vez que não se preocupava com os políticos de oposição. Afirmou categoricamente: “como-os todos!” Circulava em seu reinado a informação macabra de que o ditador tinha a prática do canibalismo e guardava adversários picados dentro de um frigorífico.
Eliminar opositores é prática corriqueira nas ditaduras espalhadas pelo mundo. Torturas, sumiços de lideranças opositoras e, finalmente, descobertas de cemitérios clandestinos fazem parte da História. O próprio presidente que pretende passar à História como um mito já fez referência a este tipo de informação de submundo, quando avisou ao atual presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Felipe Santa Cruz, circunstâncias sombrias sobre a morte de seu pai.
Aliás, as sombras voltam ameaçar no Brasil qualquer um que seja entendido como opositor do mandante no trono. O Ministério Público Federal, através do procurador regional dos Direitos do Cidadão Enrico Rodrigues de Freitas, está exigindo que o governo Bolsonaro preste informações sobre ação de órgão investigador (Secretaria de Operações Integradas - Seopi, do Ministério da Justiça e Segurança Pública), para produzir relatórios sigilosos a respeito de opositores políticos do presidente, entre eles um dossiê contra 579 servidores federais e estaduais da área de segurança e professores identificados como integrantes do ‘movimento antifascismo.
A Seopi foi criada na gestão do ex-juiz Sérgio Moro para integrar operações policiais contra o crime organizado, redes de pedofilia, homicidas e crimes cibernéticos. Com o acesso ao governo de André Mendonça, como ministro da Justiça, as atribuições do órgão teriam passado à investigação de movimentos que coloquem em risco a estabilidade do governo.
O relatório de inteligência foi revelado em reportagem do site “Universo On Line - UOL” e confirmado em reportagem do jornal “Estado de São Paulo”. Em reportagem do “Estadão”, o Ministério da Justiça informou que o serviço de inteligência é realizado de forma “permanente e sistemático de ações especializadas”, para “identificar, avaliar e acompanhar ameaças potenciais ou reais”. A atividade tem como “objetivo subsidiar decisões que visem a ações de prevenção neutralização e repressão de atos criminosos de qualquer natureza que atentem contra a ordem pública, a incolumidade das pessoas e o patrimônio”, diz, em nota, o Ministério da Justiça.
O Supremo Tribunal Federal (STF) recebeu da Rede Sustentabilidade o dossiê contra os servidores, que foram identificados como “integrantes do movimento antifascismo”, para que acione investigação do caso pela Polícia Federal. Em seu encaminhamento ao STF, o partido afirma que “o que se vê é um aparelhamento estatal em prol de perseguições políticas e ideológicas a partir de uma bússula cujo norte é o governante de plantão: quem dele discorda merece ser secretamente investigado e ter sua imagem exposta em dossiês ‘da vergonha’ perante suas instituições laborais”.

 

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